A História da Maria Padilha
Um rei casado com uma princesa, que se apaixonou por uma bela e jovem feiticeira, parece até um conto de fadas, porém é a história de uma das mais importantes pombas-gira.
Está é a história da rainha Maria Padilha
Nascida na Espanha Medieval, teve o amor do rei Dom Pedro I de Castela, o qual foi chamado de “O CRUEL”, pelo povo espanhol. Foi amante do rei, Maria de Padilha, que era uma jovem muito sedutora. Viveu entre o ano de 1300 a 1400. Dom Pedro de Castela já estava noivo de Dona Blanca de Borbon, uma jovem pertencente a corte francesa, enviada para Castela para casar-se com Dom Pedro, porque este estava já para assumir o Reinado do pai, no ano de 1350. Dom Pedro I de Castela, não queria casar-se com Dona Blanca de Borbon, mais este casamento traria excelentes benefícios políticos para a corte espanhola e portuguesa. Dom Pedro I de Castela era único filho do rei Afonso XVI com a rainha Dona Maria de Portugal. Guerreiro cheio de honra e coragem, vindo assumir o trono de Castela em 1350. A cidade de Andaluzia no sul da Ibéria tornou-se capital do Reino Unido de Castela. Maria de Padilha foi viver no reinado de Castela como dama de companhia de D. Maria, mãe de D. Pedro I de Castela (O cruel).
Padilha fez junto a uma árvore, um feitiço de amor, para conquistar o amor de seu rei. Ela preparou um espelho mágico, fazendo com que o rei olha-se no espelho mágico sem saber que estava sendo enfeitiçado pelo poder do mesmo. O feitiço lançado ao rei pela poderosa Padilha seria eterno. Através deste feitiço, Dom Pedro se apaixonou por Padilha loucamente. Maria de Padilha e o Rei de Castela as escondidas começaram um grande caso de amor, onde sabiam que jamais seria aceite pela família e tampouco pela corte.
Maria de Padilha trabalhava na magia com um judeu cabalista e que estes a ensinou muitas magias e através destas… conseguiu dominar o Rei de Castela completamente. Ele tinha barba branca e usava um capote com desenhos de sinais poderosos da magia negra, com ele ela teria aprendido a arte da Goétia, a Magia Negra. Dom Pedro fez um castelo em Sevilha a pedido da Padilha, este castelo foi elaborado em estilo árabe, palácio construído e presenteado a Maria de Padilha pelo seu amado rei de Castela. Então, Padilha ficou como verdadeira rainha de Castela. Dom Pedro sua vinda ao castelo era secreta. Padilha mando chamar uma bruxa de Andaluzia, a qual era perseguida pela igreja, mas não se tinha provas de sua ligação com o Diabo, a qual fez um trabalho de amarração para Padilha, onde o erotismo que uniu os amantes foi como um impulso sagrado.
Em uma igreja havia um relicário onde em seu interior guardava uma relíquia, um cinto que diz ter pertencido a um santo. Padilha então pensou se este cinto é poderoso, eu vou pegá-lo e assim retirou o velho cinto que estava ali. A seguir foi até o final da igreja onde havia uma tumba onde estava sepultado um santo, aproximou-se da tumba, passou o cinto pelo ataúde, guardou-o e saiu. Pegou um pedaço de chumbo, derreteu, colocou em uma bacia com água e espiou La para dentro, em seguida pegou o chumbo e revirou-o para todos os lados, por fim prendeu o chumbo ao cinto e levou o cinto ao seu amigo judeu Cabalista o qual trabalhou com fé e vigor no feitiço.
Terminado a magia, mandou que Padilha colocasse esse cinto encantado no lugar onde estava, o cinto que Dona Blanca dera ao marido. Depois Padilha foi ao nicho de São Crispim e orou batendo no peito como a uma penitente e depois esperou o resultado. Em frente ao bispo o cinto se moveu e transformou-se em uma cobra pronta a picar o rei, o cinto era igual ao que Dona Blanca havia dado ao rei, assim Dona Blanca foi abandonada logo após o casamento sendo acusada de bruxaria onde o rei mandou executar a rainha, reafirmando assim o seu poder. D. Blanca foi decapitada ao mando do Rei, sendo Padilha a grande responsável pela sua execução. Maria de Padilha de Castela, depois da morte de D. Blanca, viveu com o Rei em seu castelo em Sevilha. Maria Padilha morreu antes do Rei de Castela e este fez seu velório e enterro como de uma grande rainha, a causa de sua morte foi por peste Negra sendo sepultada nos jardins de seu castelo.
A entidade de Maria Padilha, mais que por castigo de Jesus e por mando do Rei das Encruzilhadas, ela ainda permaneceria na terra e confins, comandando a sua quadrilha de mulheres e Exus para trabalhos para o amor. Padilha castigada pelos seus pecados, não pode entrar no reino dos céus, mas entrou no reino das trevas, poderosa comanda sua falange onde ensina e faz feitiços para atender a quem os invoca seu auxílio. Dom Pedro dentre muitas mortes que ordenou consta a de seu irmão bastardo dom Fradique, mestre de Santiago de Compostela. Dom Pedro I de Castela morreu nas terras de Montiel, assassinado por outro irmão bastardo, Dom Henrique, que o sucedeu no trono. O corpo do rei deposto foi enterrado a frente da sepultura de sua Amada Rainha Padilha, onde foram construídos duas estátuas, uma em frente a outra, para que mesmo na eternidade os amados nunca deixassem de olhar um pelo outro.
Sobre Maria Padilha
Maria Padilha é a Rainha do reino da lira, “Lira” é uma cidade africana, que fica nas fronteiras orientais do Reino Baganda, de lá venho eu “também conhecida como” Rainha do Candomblé ou Rainha das Marias. Rainha do candomblé não pelo culto africanista aos Orixás, senão por ser essa palavra o sinônimo de dança e música ritual. Devemos dizer que a Pomba gira representa o poder feminino feiticeiro, comparável com as Iyami Oxorongá dos iorubás. Ela pode ter muitos maridos, que se tornam seus “escravos” ou “empregados”. Em terras bantas é originalmente chamada de “Aluvaia-Pombagira”, esta é uma palavra africana de um idioma do povo banto (Angola), erroneamente confundido por algumas pessoas desinformadas com palavras do português “pomba um pássaro” e “gira sentido de movimento circular”. Mulher de Exu, rei das 7 Liras ou Exu Lúcifer como é conhecido nas Kim bandas. É bonita, jovem, sedutora, elegante, feminina, mas também tem vidência, é certeira e sempre tem algum conselho para aqueles que estão sofrendo por um amor, mas também é usada a sua força para desmanchar feitiços, para pedir proteção e curar várias doenças. Mas não se engane, pois, ela gosta de ser respeitada e admirada sendo ponta de agulha, quem brinca com ela geralmente vai morar na sepultura. Sua característica principal é ser uma pomba-gira festeira, adora festas com ritualísticas e alegria, daí ser chamada rainha do candomblé. Prefere bebidas suaves, vinhos doces, licores, cidra, champanhe, anis, etc. Gosta de cigarros e cigarrilhas de boa qualidade, assim como também lhe atrai o luxo, o brilho, destaque, flores e perfumes, usa sempre muitos colares, anéis, brincos, pulseiras, etc.
Para melhor reverenciá-la
Maria Padilha Rainha dos 7 Cruzeiros da Kalunga – Maria Padilha Rainha das 7 Encruzilhadas – Maria Padilha Rainha dos Infernos – Maria Padilha Rainha das Almas – Maria Padilha das Portas do Cabaré – Maria Padilha Rainha das 7 Navalhas (ou facas) – Maria Padilha Rainha da Figueira – Entre tantas outras… Então, já que tivemos a oportunidade de conhecermos um pouco mais dessa sedutora e misteriosa pomba-gira, vamos sempre lembrá-la e admirá-la não só por sua beleza, mas sim também por seus feitos.